No dia 21 de setembro, os médicos que trabalham nas unidades particulares de saúde do Distrito Federal vão suspender, durante 24 horas, o atendimento aos usuários dos planos de saúde Amil, Bradesco, Golden Cross e Sul América. As consultas e procedimentos agendados para essa data serão remarcados, sem prejuízo para os pacientes. Ao fim desse protesto, às 20h, a categoria se reunirá em assembleia na Associação Médica de Brasília (AMBr) para definir se suspenderão o atendimento por período mais longo e eleger os novos planos de saúde alvos do movimento.
Juntas, as quatro operadoras que serão alvo do protesto do dia 21 de setembro dominam 33,67% do mercado de planos e seguros de saúde no Distrito Federal e sua região metropolitana (210.930, de 626.316 portadores). Em âmbito nacional, essas empresas dominam 28% da receita geral desse segmento que chamam “mercado de saúde suplementar” – os 72% restantes são rateados entre 1.622 outras operadoras com registro ativo na Agência Nacional de Saúde (ANS).Os médicos protestam contra essa visão mercantilista, na qual a medicina é produto, pacientes e médicos são componentes de planilhas de lucros e despesas, e a saúde dos pacientes não é mais que uma relação de custo/benefício para as operadoras. A exorbitância dos lucros dessas empresas justifica que a devida correção dos valores referentes aos honorários médicos seja feita sem repasse à população.
A insatisfação com os planos de saúde também é sentida pelos usuários. Das quatro operadoras na mira dos médicos brasilienses, Golden Cross e Sul América têm índices de reclamações registrados na ANS bem acima da média de suas congêneres de mesmo porte, figurando entre as dez piores, na visão dos portadores de planos.
A mobilização será realizada por todo o Brasil, mas as entidades de cada unidade da federação definem quais serão os planos de saúde alvos do protesto. Em Brasília, o movimento Saúde sem Exploração é organizado pela Comissão Distrital de Honorários Médicos (CDHM), integrada por representantes do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM/DF), da Associação Médica de Brasília (AMBr) e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF).
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